A Associação das Comunidades Negras Rurais de Castro realizou evento em comemoração ao Dia Nacional da Consciência Negra, nesta quarta-feira, 20, no Centro de Convivência Educandário Manoel Ribas.
As atividades iniciaram às 13 horas e se estenderam com apresentações artísticas e culturais de capoeira Cascata de Luz, Instituto Sorriso Negro José Luiz Teixeira, Cmei Ciranda do Saber, Grupo Kamimambo, de Tibagi e apresentação de dança do Cmei João Paulo II.
As apresentações encerraram-se às 16 horas e em seguida foi realizada assembleia para composição do Novo Conselho das Comunidades Quilombolas de Castro.
Em Castro há quatro comunidades quilombolas certificadas, Remanescente de Limitão, Mamãs, Serra do Apon e doTronco.
* FOTO DE DANIEL CALVO
No Paraná são 86 comunidades, porém 33 são reconhecidas segundo o Grupo de Trabalho, Clóvis Moura.
As celebrações em Castro, como em todo o Brasil, lembraram o Dia da Consciência Negra, comemorado no dia 20 de novembro, data em que Zumbi, lider do quilombo dos Palmares, foi morto, em 1695.
Quem foi Zumbi dos Palmares?
Zumbi
foi o grande líder do quilombo dos Palmares, respeitado herói da
resistência antiescravagista.
Pesquisas e estudos indicam que nasceu em
1655, sendo descendente de guerreiros angolanos. Em um dos povoados do
quilombo, foi capturado quando garoto por soldados e entregue ao padre
Antonio Melo, de Porto Calvo.
Criado e educado por este padre, o futuro
líder do Quilombo dos Palmares já tinha apreciável noção de Português e
Latim aos 12 anos de idade, sendo batizado com o nome de Francisco.
Padre Antônio Melo escreveu várias cartas a um amigo, exaltando a
inteligência de Zumbi (Francisco).
Em 1670, com quinze anos, Zumbi fugiu
e voltou para o Quilombo. Tornou-se um dos líderes mais famosos de
Palmares. "Zumbi" significa: a força do espírito presente. Baluarte da
luta negra contra a escravidão, Zumbi foi o último chefe do Quilombo dos
Palmares.
O nome Palmares foi dado pelos
portugueses, em razão do grande número de palmeiras encontradas na
região da Serra da Barriga, ao sul da capitania de Pernambuco, hoje,
estado de Alagoas.
Os que lá viviam chamavam o quilombo de Angola Janga
(Angola Pequena). Palmares constituiu-se como abrigo não só de negros,
mas também de brancos pobres, índios e mestiços extorquidos pelo
colonizador.
Os quilombos, que na língua banto significam "povoação",
funcionavam como núcleos habitacionais e comerciais, além de local de
resistência à escravidão, já que abrigavam escravos fugidos de fazendas.
No Brasil, o mais famoso deles foi Palmares.
O Quilombo dos Palmares existiu por um
período de quase cem anos, entre 1600 e 1695. No Quilombo de Palmares (o
maior em extensão), viviam cerca de vinte mil habitantes. Nos engenhos e
senzalas, Palmares era parecido com a Terra Prometida, e Zumbi, era
tido como eterno e imortal, e era reconhecido como um protetor leal e
corajoso.
Zumbi era um extraordinário e talentoso dirigente militar.
Explorava com inteligência as peculiaridades da região. No Quilombo de
Palmares plantavam-se frutas, milho, mandioca, feijão, cana, legumes,
batatas. Em meados do século XVII, calculavam-se cerca de onze povoados.
A capital era Macaco, na Serra da Barriga.
A Domingos Jorge Velho, um bandeirante
paulista, vulto de triste lembrança da história do Brasil, foi atribuído
a tarefa de destruir Palmares. Para o domínio colonial, aniquilar
Palmares era mais que um imperativo atribuído, era uma questão de honra.
Em 1694, com uma legião de 9.000 homens, armados com canhões, Domingos
Jorge Velho começou a empreitada que levaria à derrota de Macaco,
principal povoado de Palmares. Segundo Paiva de Oliveira, Zumbi foi
localizado no dia 20 de novembro de 1695, vítima da traição de Antônio
Soares. “O corpo perfurado por balas e punhaladas foi levado a Porto
Calvo. A sua cabeça foi decepada e remetida para Recife onde, foi
coberta por sal fino e espetada em um poste até ser consumida pelo
tempo”.
O Quilombo dos Palmares foi defendido no
século XVII durante anos por Zumbi contra as expedições militares que
pretendiam trazer os negros fugidos novamente para a escravidão. O Dia
da Consciência Negra é celebrado em 20 de novembro no Brasil e é
dedicado à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira.
A lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003,
incluiu o dia 20 de novembro no calendário escolar, data em que
comemoramos o Dia Nacional da Consciência Negra. A mesma lei também
tornou obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira.