Após
dois meses licenciada para cuidar da sua candidatura à deputada estadual pela
região, a vereadora Aline Sleutjes já na segunda feira retornou aos seus
trabalhos no Legislativo e ontem participou da sessão ordinária. Utilizou a
tribuna para agradecer aos eleitores e para falar sobre o hospital de Castro.
Confira o discurso na íntegra:
“Vou utilizar esses meus minutinhos hoje para agradecer e justificar algumas situações pertinentes a
esse tempo em que estive fora da Câmara. Nestes dois meses eu tive uma escola
tão boa de política, que nem os quatorze anos de envolvimento me possibilitaram tal experiencia. Foi uma campanha de muito sofrimento, perseguições, desgaste, não só físico, mas
emocional e estrutural. Eu agradeço a todos os apoiadores, amigos, colaboradores e a todos os eleitores que me deram
este resultado, 19.059 votos em 127 municípios. Em Castro eu tive a grata
satisfação de ter 15.592 castrenses que gostariam que os
representassem em Curitiba, trazendo melhorias para o nosso Município e representando com
orgulho nossa cidade que passa por tantas dificuldades. E umas destas dificuldades,
inclusive, me acarretou uma perda de três a quatro mil votos na última semana,
porque passei por dezenas de situações de perseguições no face, informação no
boca a boca e corpo a corpo, dizendo que se a vereadora que estava na Câmara
todo esse tempo não fez nada pelo hospital como que faria enquanto deputada, ou mentiras como a que eu teria assinado um papel determinando o fechamento do Hospital.
Pesquisas apontavam que eu faria de dezoito a vinte mil votos em
Castro e eu tive 15.592 votos é uma demonstração de que pessoas de má fé, pessoas que não querem o bem de Castro me tiraram a situação de, talvez,
ter uma votação ainda maior no meu Município. Quero dizer que foram muitas as ações que fiz pelo Hospital , doações, campanhas, reuniões, visitas, fiscalização e cobrança, participação efetiva no Conselho de Saúde... mais infelizmente a função de vereadora é limitadora e não me dá chance de resolver o problema, a solução efetiva talvez eu tivesse sendo deputada.
Não foi minha culpa ou dos meus votos, não estar em janeiro em Curitiba; foi a incompetência dos meus colegas do PSDC em não fazer a legenda. Gostaria, amigos vereadores, que nós tomássemos peito, a
partir de agora, e cobrássemos mais ainda do que já cobramos durante
esses meses, com muito mais intensidade, porque muitas foram as ações
que fizemos em relação ao hospital, muitos foram os requerimentos e indicações, muitas foram as
vezes que eu, particularmente, fiz reuniões na minha casa com médicos,
enfermeiros, técnicos, secretaria de saúde, chefe de governo pra tentar
encontrar uma saída pro Idaxa que não
estava respondendo e fazendo tudo que deveria em relação ao plano de ação. Em nenhum momento os vereadores desta Casa ficaram alienados
à situação da saúde, em nenhum momento os vereadores desta casa ficaram
esperando a coisa acontecer, só que infelizmente pessoas de má fé que eu nunca
vi aqui dentro da nossa Casa, que eu nunca vi acompanhar uma audiência pública,
que eu nunca vi numa conferência da Saúde, que eu nunca vi numa reunião do
conselho da Saúde, o qual eu faço parte e, por isso, eu posso falar com
propriedade porque não estiveram lá em nenhum momento usaram de má fé
utilizando e jogando nosso Legislativo contra o povo e o povo contra esse
Legislativo.
Infelizmente o hospital
passa por dificuldades gigantes, e nós as conhecemos, e não estamos felizes, porque ninguém está feliz, ninguém está feliz com situação de
hospital semifechado ninguém está feliz com falta de atendimento, ninguém está
feliz com falta de estrutura para cirurgias básicas, ninguém está feliz de
mandar gestante ganharem bebê em Ponta Grossa, mas infelizmente só questionamento e só o falar
mal não resolve o problema; nós temos que achar soluções. Talvez se eu tivesse
sido eleita deputada eu tivesse condições de ajudar muito mais porque só os
recursos anuais que um deputado tem poderia estar trazendo pra Castro e poderia
ajudar bastante, mas infelizmente essa possibilidade já passou, não posso ficar
chorando o leite derramado, temos que achar outros mecanismos pra
isso acontecer.
Não somos ferramenta de decisão, não
temos a caneta para decidir, não temos como efetivar as reais melhorias que
gostaríamos de fazer, mas temos de nos inteirar, fazer parte do conselho da Saúde,
tentar ajudar agora da melhor forma possível, forçando, inclusive, os deputados
que vocês elegeram para que tragam recursos pro nosso Município e que façam
realmente a saúde de Castro ir pra frente. Não adianta ficarmos julgando que a
coisa não está andando se não acharmos mecanismos pra ajudar. Então, agora é um
trabalho em equipe, se esse Legislativo quer ajudar, cada um com seu deputado
que foi eleito, busque recurso, porque teve deputados que tiraram votações
gigantes em Castro e não é o primeiro mandato, é o segundo, terceiro, quarto,
quinto, e até hoje não trouxeram um real para o nosso hospital e um real pra nossa
saúde. E este é o momento de nós cobrarmos, se nós temos os deputados que
tiveram votações expressivas no nosso município eles têm de dar contrapartida,
trabalhando.
Dos
51.580 eleitores de Castro, apenas 82,39 votaram, quer dizer que 17% não foram
pras urnas. É muito alto, muito alto! Essa votação poderia significar uma
mudança muito grande na votação de um castrense. Infelizmente 3.057 castrenses votaram
em branco, 943 anularam, talvez por opção ou talvez por não prestarem atenção
que a eleição chegava e não tiveram tempo de escolher o candidato que eles
gostariam que os representassem, mas a verdade é que esses 17% mais esses 3.057
e mais esses 943 deixaram de mudar, realmente, a cara do nosso Município, dos
38.499 que votaram em candidatos, em legendas, ou em outros candidatos de fora,
apenas 22.635 votaram em candidatos castrenses... Então a gente tem um
diagnóstico de que está melhorando, os castrenses estão se envolvendo, nós
estamos começando a colocar a ideia, plantando a semente de que a gente pode
sim ter um deputado eleito no nosso Município. Eu fico muito feliz com esses
15.592 votos porque foram votos de extrema doação, por opção, eu não comprei
voto, eu não paguei para por placa, eu não dei um centavo para porem meu adesivo,
eu não dei churrascada, foram votos de confiabilidade e de
consideração em relação ao trabalho que eu já desenvolvi e estou desenvolvendo
enquanto vereadora.
Quero agradecer imensamente toda minha família,
principalmente meu marido e meus filhos que eu deixei abandonados nestes três
meses. Esse último mês eu trabalhei 17 horas por dia e foi um trabalho árduo,
difícil. Quero agradecer muito os amigos, e apoiadores, as pessoas que
realmente vestiram a camisa. Quero agradecer a igreja católica, em especial ao
Padre Gilmar, Padre Edemar e padre Luiz, párocos das paróquias. Eu nunca vi a
igreja católica tão ativa, tão prestativa em fazer a diferença na política.
Quero
agradecer aos pastores que se envolveram na minha campanha, quero agradecer
cada comentário, mensagem, telefonema que eu recebi no domingo à noite e depois na segunda, terça e hoje. Confesso pra vocês que no domingo a noite foi
muito triste, porque eu pude observar que não faltou nada de mim, eu fiz o
dobro da votação do segundo colocado do meu partido, eu fui a mais votada, Castro
e região me deram essa condição, mas infelizmente o PSDC não fez a tarefa de
casa, não conseguiu fechar a legenda. Nós teríamos que ter feito 106.800
e não fizemos, o time não trabalhou. Então eu fico entristecida em relação a
Castro não ter um representante local, mas eu também fico feliz em ver o número
de castrenses que depositaram o seu voto de confiança em mim.
Quero
dizer também a vocês nobres colegas que eu volto pra Câmara com a consciência
tranquila, eu fiz tudo que estava nas minhas condições, nas minhas
possibilidades; sem apoio de prefeito sem apoio de vice-prefeito e também sem
apoio de vocês e aqui não é uma crítica, porque eu sei que muitos,
por questões de fidelidade partidária, tinham que apoiar seus candidatos, mas alguns não tinham obrigações nenhuma, poderiam ter me ajudado. Hoje eu posso
dormir sossegada, deitar na cama e falar: Eu fiz o meu melhor, fui a
mais votada do PSDC, a mais votada na coligação e a mais votada em Castro..
Quero
dizer para vocês que, nestes três meses, eu pude aprender muito e pude enxergar atrás das cortinas de uma campanha. Nós vivemos às vezes, numa ilusão que a
política é o que nós fazemos aqui, com a seriedade e dedicação, mais tem muitas coisas ruins por traz de tudo isso aqui. Quero
dizer a vocês que seu saio fortalecida da campanha, eu não sou uma perdedora.
Esses 19.059 votos mostram que ainda dá pra ter política de cara séria, de jeito
novo, sem ter que comprar votos, sem ter
que trocar favores, sem ter que vender a alma para ganhar votos.
Eu estou muito
feliz com Castro, com a região, estou muito contente com todos os meus eleitores que apostaram em mim,
apostaram em meu nome. E quero dizer que eu volto com força
total, meu comprometimento com este Município é ainda
maior, e que vamos continuar na fiscalização, na cobrança, na reivindicação, questionando quando a coisa está mal e incentivando quando as coisas vão bem. Vou fazer o melhor trabalho possível
nestes próximos dois anos de mandato.
Agradeço
a Deus pela saúde, pela oportunidade, e que Deus nos ilumine que nós possamos
fazer sempre o melhor aqui na casa de Leis, a casa onde nós representamos esse
povo tão querido e que tanto precisa do nosso trabalho. E que o foco desta
Câmara seja realmente ajudar, de todas as formas, a tirar a nossa Saúde da UTI.
Deus abençoe a todos vocês!”.